19 de jul. de 2012

Prólogo




Os trovões soavam cada vez mais insistentes naquele céu negro noturno, onde a única fonte de luz disponível eram os enormes incêndios que abrangiam uma boa parte das florestas de Unova.
 A guerra estava próxima de acabar.
 Já haviam se passado 10 longos anos desde que o continente havia sido tomado pela desordem e pelo caos. Extensas e horríveis batalhas se estendiam por todos os lados, desde as montanhas do Norte, até o mar do Sul. Já se faziam 10 anos desde que os moradores da região haviam visto tempos de paz, regidos por um governo forte.
 Mas, agora, tudo estava quase no fim.
 Lutas por territórios e por informações já haviam acontecido durante tempo demais. Agora, ambos os exércitos se combatiam furiosamente em uma batalha final, com todas as suas forças.
 Explosões aconteciam aqui e ali, juntamente com o rugido feroz de enormes bestas que se chocavam furiosamente em um combate violento. Essas criaturas se chamavam Pokémons.
 Os Pokémons eram usados há séculos como armas, sempre lutando por seus donos, muitas vezes até a morte. E naquela guerra não era diferente. Disparavam golpes mortais, sob o comando dos generais humanos, fazendo com que os inimigos caíssem aos seus pés.
 Porém, aquela batalha, de fato, não significava nada. A verdadeira guerra estava acontecendo alguns metros longe dali, no topo de uma alta torre branca, bem antiga, mas ainda um ícone da grande potência mundial que um dia fora Unova.
 Duas grandes bestas se enfrentavam, acompanhadas pelo estouro dos trovões e o rugido do fogo nas florestas. As duas criaturas lançavam ataques mortais, visando destruir completamente o adversário. Porém, o que era menos visível eram os dois homens de pé na torre, comandando as bestas colossais enquanto discutiam com a mesma fúria.


 - Você não vai ganhar isso, irmão. – afirmou o primeiro.
 - Por que acha que não? – o segundo perguntou. – Só porque você é o mais velho? Nossa, parabéns. Três minutos a mais e fica achando que manda em mim. Quer saber de uma coisa? Unova precisa de um rei mais humilde.
 - Unova precisa de um rei sábio! Que saiba comandar. Algum que gaste seu tempo pensando no bem da população. E tudo o que você sabe fazer é gastar dinheiro em festas e bebida!
 - Eu penso mais no bem da população do que você! O que você faz? Finge comandar sabiamente no trono, enquanto somos cada vez mais desgastados pelas ameaças externas. Foi o seu medo em aceitar a guerra que nos fez ser massacrados pelas regiões vizinhas. Johto até mesmo dominou o leste!
 O primeiro, aparentemente o irmão mais velho, fez uma careta de tristeza. Era verdade que ele se recusara a enviar exércitos contra a ameaça daquela região chamada Johto. E isso causara a perda das cidades de Nuvema e Accumula, assim como muitas mortes de pessoas inocentes.
 - Eu apenas queria evitar confrontos desnecessários... -  ele disse baixinho, mas seu irmão mais novo escutou.
 - Eu não acredito! – ele soltou uma forte gargalhada – Jura? O grande rei Hash estava com medo de causar confrontos desnecessários? Justo aquele que enviou um assassino matar o seu irmão pelas costas?
 - Foi necessário! – o mais velho assumiu um semblante de fúria – Unova precisa de um rei forte, não dois que vivem brigando. Sei que você nunca irá me escutar, então não há outra opção. Você precisa sumir, Mayk.
 O mais novo soltou uma risada. Uma gargalhada tão profunda que o fez rolar no chão. Porém, ele se arrependeria profundamente disso depois. Assim que se levantou, avistou o irmão, Hash, na sua frente. Ele estava sério e determinado quando agarrou o colarinho das vestes de Mayk e começou a empurrá-lo na direção da borda da torre.
 - Então é isso? – perguntou o mais novo, tentando manter a calma. Mas o medo era visível em sua voz. Era mais fraco que o irmão e jamais conseguiria se libertar de suas mãos de ferro. – Acaba assim? Você me empurra da torre e volta a ser o rei desta terra destruída? Bom plano, irmão.
 - Eu queria que pudesse acabar diferente. Eu queria que pudéssemos manter o nosso nome no trono. Mas vejo que isso dependerá de nossos filhos. – uma lágrima escorreu pelos olhos de Hash.
 Mayk não entendeu.
 - Como assim? Nossos filhos só irão assumir o trono se eu e você... – ele se calou subitamente, percebendo qual era a intenção do irmão.
 Hash apenas concordou com a cabeça, soltando um último sorriso conciliador.
 - Eu jamais poderia governar sabendo que havia feito isso com você. Eu me sentiria culpado e isso me enfraqueceria. E Unova necessita de um rei forte nesses tempos difíceis. – e antes que o irmão mais novo pudesse fazer qualquer protesto, o mais velho saltou da torre, ainda segurando o colarinho de Mayk. Ambos caíram gritando na escuridão, até que o silêncio prevalecesse.
 As duas bestas colossais pararam a briga, como de entendessem e respeitassem o sacrifício dos dois irmãos. E logo em seguida, desapareceram no céu negro, onde apenas o som dos trovões era testemunha daquela trágica noite de guerra. 

4 comentários:

  1. "Os Pokémons eram usados há séculos como armas, sempre lutando por seus donos, muitas vezes até a morte..." Cara isso foi muito legal! Aguardo ansiosa pelos capítulos de Neo Unona. Tenho certeza de que será uma história magnifica.
    Até + Lucca!

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    1. E aí, Carol? Tranquila?
      Nossa, fiquei feliz que você tenha gostado dessa parte. Achei que ia acabar saindo do contexto que é Pokémon, mas... Achei bacana também. kk.
      Muito obrigado pelo comentário e eu também estou aguardando ansiosamente pelo capítulo 3 de Sinnoh.
      Um abraço e até mais!

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  2. Uau!
    Foi um inicio brilhante! Já esperava à bastante tempo!
    Que comece a aventura!!

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    1. E aí, cara, tranquilo?
      Fico extremamente alegre em saber que você gostou do prólogo. Pode ficar de olhos abertos, porque Neo Unova ainda vem com muitos capítulos interessantes por aí.
      Um grande abraço e até a próxima.

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